Como Fazer um Orçamento Mensal Eficiente: 6 Passos para Controlar suas Finanças

Mesa organizada com calculadora, caderno e gráficos, simbolizando um orçamento mensal eficiente.

Controlar suas finanças começa com um orçamento mensal eficiente, mas muitas pessoas não sabem por onde começar ou acham o processo complicado. No Brasil, onde 58% das famílias estavam endividadas em 2024, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), ter um orçamento bem estruturado pode ser a diferença entre o estresse financeiro e a tranquilidade. Neste guia, vamos te ensinar 6 passos práticos para criar e manter um orçamento que funcione para você, independentemente da sua renda. Desde calcular sua renda até ajustar seus gastos, você vai aprender a organizar seu dinheiro e alcançar seus objetivos financeiros. Vamos começar?

1. Calcule sua renda líquida mensal

O primeiro passo para criar um orçamento é saber exatamente quanto dinheiro você tem disponível. Some toda a sua renda líquida mensal – ou seja, o valor que você recebe depois de descontos como impostos e contribuições (ex.: INSS, IR). Se você é assalariado, isso é o valor que cai na sua conta; se é autônomo, considere a média dos últimos 3 meses para ter uma estimativa realista. Por exemplo, se você ganha R$ 4.500 bruto, mas recebe R$ 3.800 líquido, esse é o número que você deve usar.

Não se esqueça de incluir rendas extras, como trabalhos freelancers, bônus ou renda passiva (ex.: aluguel de um imóvel). Se você faz trabalhos esporádicos que rendem cerca de R$ 500 por mês, some isso à sua renda principal, totalizando R$ 4.300. Anote esse valor em um caderno, planilha ou app de finanças, como o Mobills, para ter uma base clara. Saber sua renda líquida é essencial para planejar quanto você pode gastar e poupar sem se endividar.

2. Liste todas as suas despesas fixas

Agora, identifique suas despesas fixas – aquelas que você paga todo mês e não variam muito, como aluguel, contas de água, luz, internet, transporte e assinaturas. Pegue os recibos ou extratos dos últimos meses para ter uma ideia precisa. Por exemplo, se seu aluguel é R$ 1.200, as contas somam R$ 400 e o transporte custa R$ 300, suas despesas fixas totalizam R$ 1.900. Anote tudo detalhadamente para não esquecer nada.

Se você tem parcelas de dívidas ou financiamentos, como um carro ou cartão de crédito, inclua esses valores aqui. Uma parcela de R$ 500 de um financiamento, por exemplo, aumenta suas despesas fixas para R$ 2.400. Essa etapa é crucial para entender quanto do seu dinheiro já está comprometido antes mesmo de começar a gastar com coisas variáveis, como lazer ou compras. Apps como o Organizze podem ajudar a categorizar essas despesas e manter tudo organizado.

3. Registre suas despesas variáveis

Despesas variáveis são aquelas que mudam todo mês, como supermercado, lazer, delivery, roupas ou idas ao cinema. Para mapear esses gastos, analise os últimos 2 ou 3 meses: veja seus extratos bancários ou anotações e calcule uma média. Por exemplo, se você gastou R$ 600, R$ 700 e R$ 500 no supermercado nos últimos meses, sua média é R$ 600. Faça o mesmo para outras categorias, como R$ 300 para lazer e R$ 200 para delivery, totalizando R$ 1.100 em despesas variáveis.

Essa etapa ajuda a identificar onde seu dinheiro está indo e onde você pode cortar gastos. Se você percebe que gasta R$ 200 com delivery, mas poderia cozinhar mais em casa e reduzir isso para R$ 50, já economiza R$ 150 por mês. Use essas médias como base para o orçamento, mas seja realista: não subestime os gastos para evitar surpresas. Apps como o GuiaBolso podem importar seus gastos automaticamente e facilitar essa análise.

4. Use a regra 50-30-20 para dividir seus gastos

Com sua renda e despesas mapeadas, aplique a regra 50-30-20 para dividir seu dinheiro de forma equilibrada. Destine 50% para despesas essenciais (fixas e variáveis, como aluguel e mercado), 30% para desejos (lazer, hobbies, compras) e 20% para prioridades financeiras (poupar, investir ou quitar dívidas). Se sua renda líquida é R$ 4.300, isso significa R$ 2.150 para essenciais, R$ 1.290 para desejos e R$ 860 para prioridades.

Compare esses valores com suas despesas atuais. Se suas despesas essenciais (R$ 2.400, do exemplo anterior) ultrapassam os 50% (R$ 2.150), você precisa cortar gastos – por exemplo, reduzindo o transporte ou negociando contas. Se seus desejos (R$ 1.100) estão abaixo dos 30% (R$ 1.290), você tem margem para gastar mais ou redirecionar o excedente para poupança. Ajustar seu orçamento a essa regra ajuda a manter o equilíbrio entre viver bem hoje e planejar o futuro.

5. Defina metas de poupança e acompanhe seu progresso

Uma parte essencial do orçamento é poupar para objetivos futuros, como uma reserva de emergência, uma viagem ou a aposentadoria. Com base na regra 50-30-20, você já sabe quanto pode poupar: no exemplo, são R$ 860 por mês. Divida esse valor em metas específicas – por exemplo, R$ 500 para uma reserva de emergência, R$ 200 para uma viagem e R$ 160 para investimentos. Crie uma conta separada ou use o Tesouro Selic para fazer esse dinheiro render enquanto poupa.

Acompanhe seu progresso todo mês para se manter motivado. Se você poupa R$ 500 por mês para a reserva, em 6 meses terá R$ 3.000, mais os rendimentos (cerca de R$ 45, se investir no Tesouro Selic a 0,5% ao mês). Use planilhas ou apps como o YNAB (You Need a Budget) para monitorar suas metas e ajustar o orçamento se necessário. Celebrar pequenos marcos, como alcançar R$ 1.000, ajuda a manter a disciplina e transformar a poupança em um hábito.

6. Revise e ajuste seu orçamento regularmente

Seu orçamento não deve ser fixo: ele precisa se adaptar às mudanças na sua vida, como aumento de renda, novas despesas ou imprevistos. Todo mês, reserve um tempo para revisar seus gastos e ver o que funcionou ou não. Por exemplo, se você gastou mais do que os R$ 1.290 previstos para desejos, analise onde exagerou – talvez tenha sido uma compra impulsiva de R$ 400 em roupas – e ajuste para o próximo mês, reduzindo esse valor para R$ 200.

Também ajuste suas metas de poupança se sua renda mudar. Se você recebeu um aumento e agora ganha R$ 5.000 líquidos, recalcule os valores da regra 50-30-20: R$ 2.500 para essenciais, R$ 1.500 para desejos e R$ 1.000 para prioridades. Use o extra (R$ 140 a mais para poupança, no exemplo) para acelerar suas metas, como quitar uma dívida ou investir mais. Revisar seu orçamento regularmente garante que ele continue funcionando para você e evita que pequenos deslizes se tornem grandes problemas.

Fazer um orçamento mensal eficiente é a chave para controlar suas finanças e alcançar seus sonhos sem estresse. Com esses 6 passos simples, você pode organizar seu dinheiro, evitar dívidas e construir um futuro financeiro sólido. Comece hoje calculando sua renda, mapeando seus gastos e definindo metas realistas. Quer mais dicas para melhorar suas finanças? Confira outros artigos no Dinheiro Fácil, como nosso guia para viajar sem comprometer o orçamento ou evitar armadilhas financeiras, e dê o próximo passo rumo à sua independência financeira!

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